Há mais de um século, o rádio figura como um dos principais meios de comunicação do Brasil. Nem mesmo as evoluções tecnológicas excluíram essa plataforma, uma das mais conhecidas e respeitadas, podendo ser comunitárias ou comerciais. Você conhece as diferenças?

Uma rádio comunitária presta serviços à comunidade e deve ser operada por uma associação do respectivo local, com absoluta proibição da veiculação de anúncios. Por outro lado, a rádio comercial tem permissão para explorar publicidade. Em emissoras como essas, qualquer programação pode ser levada ao ar, desde informação até música e entretenimento.

Quer saber mais sobre o tema? No texto de hoje, traremos as diferenças mais claras entre essas duas linhas de emissoras. Confira!

Legislação

Rádios comunitárias podem operar depois da comprovação de capacidade dos diretores. Os interessados estão proibidos de participar de outras entidades praticantes do mesmo serviço dentro da comunidade. Além disso, não devem manter vínculos partidários ou religiosos e precisam se localizar na área onde a atividade acontece. Os líderes, por fim, ainda precisam residir na região de operação da emissora, sendo obrigatoriamente brasileiros ou naturalizados.

Já as rádios comerciais devem ser outorgadas antes de irem ao ar. A licitação é organizada pelo Ministério das Comunicações. Dessa seleção, estão aptos a participar órgãos públicos, empresas de iniciativa privada e fundações. Quem se candidatar a abrir uma estação de caráter comercial tem colaboração impedida em qualquer outra entidade de mesmo intuito.

É necessário ainda estar em dia com a Justiça, bem como ter nacionalidade brasileira. Após a possível aprovação, o interessado precisa apresentar condições financeiras e técnicas de execução da prática radiofônica.

Propaganda

Nenhuma rádio comunitária pode ser incentivada por patrocínios comerciais diretos. Entretanto, aceita-se o chamado ”apoio cultural”. Em outras palavras, esse apoio consiste no pagamento dos gastos ligados à transmissão de um programa específico ou de toda a programação da emissora.

A estação que recebe a ajuda apenas leva ao ar mensagens institucionais da parceira, sem citar nenhum serviço ou produto dela. Se a situação não fosse assim, haveria uma concorrência desleal com as rádios comerciais.

Afinal de contas, emissoras que visam o lucro precisam pagar impostos pela atividade desempenhada, relembrando que elas têm liberdade total para realizar a exploração publicitária.

Programação

Emissoras voltadas a comunidades têm o compromisso de oferecer programas de informação e lazer, focando na cultura para contribuir de modo positivo com o espírito comunitário. Preconceitos de cor, gênero, condição social, opinião política e religião devem ser abominados.

Dar bastante relevância a questões locais é outra obrigação de rádios dessa categoria. A prestação de serviços de utilidade pública e a busca de soluções para os problemas comunitários são outros elementos importantes. Não é por acaso que estações com esses fins são consideradas instrumentos de democratização.

A rádio comercial, por sua vez, tem muito mais liberdade na escolha da programação. Assuntos noticiosos sobre saúde, política, esporte, economia e entretenimento costumam ser os mais comuns, mas é possível abordar também aspectos culturais e educativos. Nesse tipo de emissora, não há vínculo com organizações sociais.

Limitações

Não é permitido que rádios comunitárias usem a programação de qualquer outra estação de forma simultânea, exceto em situações nas quais há exigência governamental. Veiculação de seitas e doutrinas, por exemplo, também são vedadas.

Uma limitação das emissoras voltadas às comunidades está ligada a determinadas visões públicas, como de pessoas que as tratam como clandestinas. Na verdade, quando legalizadas, esses meios de comunicação são primordiais do ponto de vista social.

Geralmente, rádios comerciais carregam maior prestígio. As estruturas físicas tendem a ser maiores e a grade de programação oferece conteúdos mais chamativos para o público em geral. Além disso, os profissionais recebem um salário maior.

Conforme vimos ao longo do texto de hoje, esses dois tipos de estações radiofônicas são completamente diferentes, apesar de representarem a sobrevivência desse meio de comunicação por tanto tempo. Se seu objetivo é inaugurar uma emissora, vale a pena considerar o que lemos aqui para eliminar o risco de erros na caminhada.

E então, gostou do texto? Que tal compartilhar nas redes sociais e mostrar para seus amigos as principais diferenças entre rádio comunitária e rádio comercial?

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